quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Petição entregue na AR quer revogação da lei do aborto sem referendo

País vive "Inverno demográfico"

Um movimento de cidadãos entregou hoje ao Parlamento uma petição com mais de 4500 assinaturas para revogar a lei do aborto sem novo referendo. O grupo contesta que a nova lei está a promover um "Inverno demográfico" no país e que o aborto está a ser utilizado como método contraceptivo.

"Esta lei é uma tragédia. Estamos num país a viver em inverno demográfico", afirmou Luís Botelho Ribeiro, porta-voz dos movimentos que recolheram as assinaturas a favor da suspensão da lei que permite o aborto até às dez semanas e foi aprovada depois de um referendo em 2007.

O porta-voz da delegação de movimentos pró-vida defendeu que a alteração legal não necessita de uma consulta aos portugueses porque "o referendo não foi vinculativo". Durante cerca de uma hora Luís Ribeiro esteve com o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, a discutir o assunto.

"Nos primeiros seis meses, foram feitos seis mil abortos. No segundo ano, foram feitos 16 mil abortos", afirmou Luís Botelho, que insistiu nas "falhas" do diploma, a começar pela "inconstitucionalidade", em apreciação pelos juízes do Tribunal Constitucional (TC), a pedido de deputados do PSD e CDS-PP.

O porta-voz dos movimentos insistiu que a lei é causadora de "abusos", já que tem permitido que o aborto seja usado como "primeiro método contraceptivo". O documento alega ainda que a nova lei, em vigor desde 2007 e que possibilita a interrupção voluntária da gravidez até às dez semanas, "não terminou com os abortos clandestinos".

A petição, que inclui assinaturas de cidadãos ligados a movimentos defensores da vida e de socialistas católicos, foi promovida a partir de Julho através da Internet e, presencialmente, em vários pontos do país. De acordo com a lei, as petições com mais de quatro mil assinaturas obrigam a debate em plenário da Assembleia da República.

Lusa