quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sobre o profetismo do Infovitae, nos seus dez anos


Mário Pinto


No contexto da vida portuguesa, incluída aí a vida (ad intra e ad extra) da Igreja, o Infovitae é uma voz profética que o Espírito Santo inspira e fortalece.


Como sempre, as vozes proféticas encontram «os que têm ouvidos para ouvir», mas também aqueles que «não têm ouvidos para ouvir». Mesmo dentro da Igreja, como no tempo de Cristo sucedeu com os que também estavam dentro e acima, no Povo Escolhido.


Quem tiver o cuidado de (com o coração disponível!) confrontar o Infovitae com o ensinamento continuado e insistente do Santo Padre e dos documentos do magistério da Igreja Universal, terá de concluir que o Infovitae é fiel à doutrina da Fé. E em matéria tão nevrálgica como é a vida humana, incindível na suas várias dimensões, designadamente biológica, social, familiar e espiritual, e indivisível na sua destinação natural e sobrenatural, não há lugar para invocar «o bom senso» - como já foi feito -, quando o confronto se tem de fazer perante manipulações grosseiras da verdade e da dignidade da pessoa humana, perante práticas de verdadeiro horror, perante o mais desenfreado hedonismo. Por isso, o Infovitae tem vindo a gritar com maior indignação, e até com insulto, correndo o risco de chocar alguns, e talvez muitos, e dar-lhes o argumento bem-pensante do bom senso.


Não serei eu a chamar o profeta ao bom senso, desde que ele não perca a mansidão e a humildade de coração, que são a síntese que Jesus Cristo deu de si próprio, como modelo para nós, quando nos disse: «aprendei de Mim, que sou manso e humilde coração» (Mt 11, 29-30; 21,5). E sendo Ele assim, manso e humilde de coração, disse o que disse, e como disse, dos hipócritas e dúplices de coração.


No contexto da vida portuguesa, incluída a vida (ad intra e ad extra) da Igreja, sucede que a voz da Igreja Portuguesa, pelos seus mais altos responsáveis, tem sido não raro escassa e morna a proclamar, aos católicos e ao mundo, a doutrina da fé, ao encontro das práticas fracturantes que se vão apresentando agressivamente contra não apenas o Evangelho mas até mesmo a própria razão de consciência. Ora, o justo e bem entendido temor de Deus, por onde começa o caminho da sabedoria, e da salvação, leva-nos a cuidar de não cair na situação da Igreja de Laodiceia, a quem (ainda hoje) está dito: «conheço as tuas obras: não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas porque és morno, nem frio nem quente, estou para te vomitar da minha boca» (Ap 3, 15-16).