domingo, 7 de julho de 2013

A tomar nota para não esquecer - por Nuno Serras Pereira



07. 07. 2013

Como Sacerdote não me compete analisar ou comentar a actual crise político-partidária-governativa naquilo que ela tem de opinativo, enquanto sujeito a juízos prudenciais sobre a pluralidade de soluções legítimas, uma vez que dizem respeito a assuntos negociáveis e não a absolutos morais, isto é, princípios inegociáveis. Mas a verdade é que este tumulto ou motim no governo revela, por omissão, com uma nitidez de giga-pixéis, a natureza corrompida do actual cds/pp (Paulo Portas), escravizado ao seu derrancado presidente.

Convirá, em primeiro lugar, recordar que a aceitação ou melhor a adesão incondicional desse partido à “lei” profundamente iníqua da legalização do aborto 6/84, à qual sempre se tinha oposto, foi realizada, ditada, propagandeada e promovida precisamente por PP (Paulo Portas). Este mesmo partido que tanto tinha publicitado o seu grande empenho contra a liberalização do aborto provocado, aquando do referendo de 2007, uma vez conseguidos os votos que lhe proporcionaram uma subida ao poder, em coligação com o abortófilo psd, logo esqueceu a defesa da vida de cada ser humano; e, no entanto, tinha muitos modos e alguns bastante fáceis de o fazer. Mas a verdade crua e assustadora é que não deu um único passo nessa direcção. Nem a demissão “irrevogável”, logo revogada, do presidente/PP/ministro-dos-negócios-estrangeiros se deveu a qualquer princípio inegociável como o aborto, a reprodução artificial, a experimentação em pessoas na sua etapa embrionária, a clonagem, o infamemente apelidado “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, a “co-adopção” por parte desses pseudocasais. Nada disto provocou qualquer incómodo, desconforto ou sequer um suspiro no PP/cds. 

Caso se confirme o que a comunicação social noticia, a saber, que PP reforça o seu poder e o do seu partido-marionete no governo será provável que seja reeleito com apoio unânime, ou perto de isso, no congresso que se realizará no daqui por duas semanas. Se assim for sentir-se-á confirmado na sua cegueira, nos seus erros, na sua política maquiavélica. 

Satanás é bem capaz de conceder tanto quanto possa àqueles que lhe vendem a alma, pessoas ou partidos, mas tarde ou cedo apresentará a factura. E depois a condenação é eterna, caso não haja verdadeiro e sincero arrependimento, o qual é muito dificultoso para quem se obstinou em pecados da maior gravidade.