Agora, com extrema amargura, tenho
de me referir aos políticos que actualmente estão no mando da nação portuguesa
como extremamente suicidários. Sei que isto parecerá chocante àqueles cronistas
que porventura no intuito de dar esperança procuram com afinco destacar uma ou
outra medida que, pela sua raridade e positividade, se podem considerar benéficas
para o país.
A maioria que está no poder tem
sido dotada de uma perversidade singularmente violenta que poderá ser fraseada
do seguinte modo: “aquilo a que me oponho, quando na oposição, pela sua radical
desumanidade consolido-o quando o poder me é dado”. De facto, os partidos que
se opuseram veementemente em 1984 à despenalização/liberalizante do aborto em
determinadas circunstâncias votaram-na favoravelmente, com unanimidade, quando
Durão Barroso era primeiro-ministro e tinham maioria absoluta na assembleia da
república (anteriormente, aquando da primeira maioria absoluta de Cavaco Silva
foi-lhe proposto em Conselho Nacional revogar essa “lei” profundamente injusta
e ele recusou por concordar com ela). O que então sucedeu repete-se de novo.
Tendo, grande parte dos eleitores, corrido com a anterior maioria pela sua patológica
mentalidade necrófila na esperança de barrar a cultura da morte e incentivar
uma cultura da vida e do amor eis que os mais lúcidos percebem que voltaram a
ser astuciosamente atraiçoados e impiamente enganados. Com a agravante de que
declarando-se uma coisa mas na prática fazendo o seu contrário iludem uma
multidão que não dando acordo do que se passa se deixa mornamente mergulhada na
panela colocada ao lume que acabará por lentamente escaldá-la até à morte sem
que se dê conta da sua aniquilação. É diabólico. E o que mais espanta, se é que
ainda alguma coisa nos assombra, é que nesta conjura macabra estejam envolvidas
pessoas que se dizem católicas e recebem a Sagrada Comunhão da mão de Bispos,
Arcebispos e Cardeais.
As notícias de hoje reportam que
em Portugal nunca houve tão poucos nascimentos como este ano. Se já antes,
depois da Bósnia, eramos o país com a segunda mais baixa natalidade do mundo
que seremos agora?
Nas palavras muito elucidativas
do Presidente da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas para o ministério
das finanças um filho, cada filho, equivale a nada, a zero, para o da economia
equivale a um quarto e para o da segurança social equivale a meio. Este governo
e maioria parlamentar que desprezam e prejudicam a família e a vida não só
deixando iniquamente de garantir que é dado a cada um o que é devido mas também
incentivando através do patrocínio activo da contracepção, da esterilização e
do aborto estão a produzir um extermínio qualificado, genocida, do povo português.
05. 11. 2012