segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Neticidas - por Nuno Serras Pereira

Com uma frequência exagerada atribui-se ao macho humano a culpa, em virtude da coacção exercida sobre a mulher que ele engravidou, do aborto provocado. Porém, se é verdade que não são poucos os casos em que isso sucede não deixa de ser verdade que há outros em que é a mãe grávida que contra a vontade expressa do pai e apesar de todo o apoio que este presta condena friamente à morte o filho que traz nas suas entranhas, mesmo debaixo do coração materno feito para amar e não para assassinar. A superstição actual de considerar que somente o homem é pecador e que a mulher é imaculada é um absurdo sem qualquer fundamento quer na Revelação quer nos factos da vida.


Os avós, desde há muito, foram sempre vistos como como “reservatórios” de ternura e de carinho que com a prudência e sabedoria adquiridas ao longo dos anos moderavam os excessos disciplinares dos pais, constituindo muitas vezes como que um tribunal de amor ao qual se recorria com a certeza de este moderar a severidade noviça dos pais ainda jovens. No entanto, com o derrancar dos costumes e a corrupção dos tempos tudo isto se perverteu. E o que agora infelizmente se verifica é que se tornou corriqueiro que as avós exercem uma coacção tremenda para que suas filhas homicidiem seus netos nascituros. Acompanham-nas aos abortadouro, invectivam ferozmente quem lhes oferece auxílio e alternativas, e pressionam-nas contra suas vontades a entregarem-se às tenazes e bisturis esquartejadoras de seus netos.

Existirá porventura prova mais eloquente da profundíssima selvajaria facinorosa e atroz daquilo que Portugal padece?

05. 11. 2012