15. 03. 2013
Mal Sua Santidade o Papa
Francisco foi eleito, estrebuchando encolerizados começaram os demónios, ou
aqueles que são seus discípulos, num ataque cerrado, que tresanda a enxofre, a
bolçar mentiras anónimas acoimando-o
de misógino; injúrias, veiculadas por tradicionalistas temerários mas,
felizmente, não secundadas pelos tradicionalistas fiéis
e ajuizados;
calúnias
inomináveis transmitidas por progressistas
vermelhos injustos e de mafiosos eclesiais mal-intencionados acusando-o de
fascista e cúmplice da ditadura e perseguidor/delator de seus irmãos da
Companhia de Jesus.
Felizmente, o excelente teólogo
Inos Biffi, um ilustre tomista e eminente medievalista, chama a nossa atenção
para o belo e o verdadeiro desvendando-nos através da análise do lema inscrito no
“brasão” cardinalício do então Arcebispo Jorge Bergoglio, agora Papa Francisco,
como poderemos ler o Pontificado agora iniciado. Afirma ele que essa divisa - “Miserando atque eligendo” - é tirada de
uma homilia de S. Beda (séc. VII-VIII) sobre a vocação do Apóstolo Mateus:
“Jesus viu um homem, chamado
Mateus, sentado na banca dos impostos, e disse-lhe: ‘Segue-me’ (Mt 9, 9). Viu não
tanto com os olhos do corpo, mas sim com os da bondade interior. Viu um
publicano e, como o tivesse olhado com
amor misericordioso em vista da sua eleição (escolha) -, disse-lhe: ‘Segue-me’.
Disse-lhe ‘Segue-me’. Disse-lhe ‘Segue-me’, quer dizer imita-me. ‘Segue-me,
diz, não tanto com o andar dos pés, quanto com a prática da vida. De facto, ‘Quem diz que permanece n’ Ele deve também comportar-se como Ele Se
comportou’ (1 Jo 2, 6).
Colocar no “escudo” a divisa “Miserando
atque eligendo” significa pois colocar-se no lugar de Mateus, olhado por Jesus
com Misericórdia e por Ele chamado, apesar dos seus pecados.
Mas seguir Jesus, segundo S. Beda
na mesma homilia, significa: “Não ambicionar coisas terrenas; não procurar os
bens efémeros; fugir das honras vãs (mesquinhas); abraçar voluntariamente todo
o desprezo do mundo em vista da Glória Celeste; servir de amparo a todos; amar
as injúrias e não as lançar a ninguém; suportar pacientemente as recebidas;
procurar sempre a Glória do Criador e nunca a própria. Praticar estas coisas e
outras semelhantes significa seguir os passos de Cristo”.
Depois destas citações conclui
Inos Biffi: “É o programa de S. Francisco de Assis, inscrito no brasão do Papa
Francisco. E intuímos que esse será o seu programa como Bispo de Roma e Pastor
da Igreja universal”. (Tudo isto pode ser lido no original italiano no blog de Sandro Magister Settimo
Cielo).
À honra de Cristo e do Seu servo
Francisco. Ámen.