Todos nos damos conta, de que existem ataques organizados e sistemáticos a valores fundamentais, a bens inegociáveis, a absolutos morais que não sendo em si confessionais encontram, não obstante, o seu último baluarte no judeo-cristianismo e na Igreja Católica. Estas forças obscuras, cientes disto mesmo recorrem às mais descaradas mentiras e manipulações com o intuito de descredibilizar Jesus Cristo e a Sua Igreja. Com os meios poderosos de que dispõem recorrem à edição de livros e de revistas, à produção de filmes e séries televisivas, à rádio e internet, em proporções gigantescas de modo a subjugar as mentalidades. Isto que está à vista de quem quer ver pode também corroborar-se em inúmeros documentos.
Mas deixemos esta última consideração e concentremo-nos no que aqui em Portugal podemos fazer para formar o povo Católico e demais homens de boa vontade quando pontos fundamentais da verdade sobre o homem e sobre Deus são agredidos e distorcidos. É claro que se pode e se tem feito imenso, embora muito mais se possa e deva realizar.
Uma das coisas em que se podia apostar era na formação de um grupo de trabalho interdisciplinar que proporcionasse um esclarecimento rápido em linguagem acessível, estilo perguntas e respostas, impresso em livretes que se distribuiriam largamente pelas paróquias, santuários e movimentos. Por exemplo, agora a propósito das investidas homossexuais e eutanásicas podia-se elaborar duas obras, a propósito de cada arremetida, que se intitulariam «200 perguntas e 200 respostas sobre O “casamento” entre pessoas do mesmo sexo» ou «200 perguntas e 200 respostas sobre a eutanásia». Estes dois livros poderiam ser publicados por fases, em opúsculos separados de 25 ou de 50 perguntas e respostas, de modo a não assustar quem não tenha hábitos de leitura. Estas obras abordariam as questões dos pontos de vista filosóficos, políticos, éticos, teológicos, médicos, psicológicos, sociais, jurídicos, etc. Mas tudo numa linguagem clara e simples.
Isto pode ser feito de muitas maneiras. Uma delas consistiria em pedir aos senhores Bispos que tomassem a iniciativa e colocar-lhes o “bebé” nas mãos. Assim tem sido, ao que parece, em Espanha. Outro modo seria os leigos organizarem-se e apresentarem aos senhores Bispos o trabalho e a sugestão para que exercido o seu discernimento dêem ou não seguimento ao projecto.
Eu se fosse membro de algum movimento pró vida ou da Federação saberia o que fazer. Pediria ao Professor João César das Neves que dirigisse o empreendimento escolhendo ele as pessoas com quem trabalhar. E iria com uma delegação aos senhores Bispos suplicando-lhes a bênção e o discernimento para essa formação das consciências.
Nuno Serras Pereira
28. 11. 2008