terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Fátima, Madre Teresa de Calcutá e o aborto

O Anjo de Portugal, na primeira aparição, identifica-se como o “Anjo da paz” parecendo assim indicar que ao povo português foi confiada a missão de levar a paz ao mundo. Nossa Senhora parece confirmá-lo logo na primeira aparição: “Rezem o terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo ...”. Todos estamos cientes de que esta mensagem, embora também dissesse respeito àquele tempo, é dotada de um conteúdo permanente e orientada para o futuro.

Ora, umas palavras de M. Teresa ajudam-nos a entrever nela um alcance inesperado: “Muitas vezes afirmei, e disto estou certa, que o maior destruidor da paz no mundo de hoje é o aborto. Se uma mãe pode matar o seu próprio filho, o que poderá impedir, a mim ou a ti, de nos matarmos um ao outro?” Também M. Schooyans, grande perito no assunto, escreve: “As guerras tradicionais matam os homens para conquistar territórios, conseguir vantagens comerciais, tutelar interesses, assegurar a livre circulação, aceder aos recursos e ainda por outros motivos. Com a liberalização do aborto, a supressão da criança não nascida é apresentada como condição para que os homens vivam e sejam felizes. Mata-se e faz-se com que a lei diga que é justo matar ... Aqui o homem é percebido como o obstáculo por excelência à felicidade do homem. Esta guerra é por isso mais cruel do que todas as outras e portanto mais homicida. É a maior guerra da história e a mais injusta.” E João Paulo II conclui falando de uma “objectiva conjura contra a vida”, de uma “guerra dos poderosos contra os débeis”, e de “um massacre permanente de vidas humanas inocentes” (Evangelium Vitae).

Parece, pois, que Fátima tem um papel central em 1. Anunciar, celebrar e servir o Evangelho da Vida; 2. evitar que seja legalizado o aborto em Portugal “Atraí ... sobre a vossa pátria a paz” (2º aparição do Anjo); 3. Ser ponto de partida para a reenvagelização do mundo para que se reconheça universalmente o carácter sagrado e inviolável de cada vida humana desde a sua concepção.

Nuno Serras Pereira